quarta-feira, abril 24, 2024

A Cor da Liberdade

"A Cor da Liberdade" (2024) é um filme realizado por Júlio Pereira com o argumento e produção de Filipa Patrício, que estreou em março no Museu do Neo Realismoem Vila Franca de Xira. 

Sinopse:

"A Cor da Liberdade" é um documentário que parte da história de José Pedro Soares, ex-preso político que foi detido e torturado pela PIDE entre 1971 e 1974, e contextualiza Portugal e a sua realidade social à época, através das memórias de ex-presos políticos, historiadores, jornalistas e artistas. Transmite uma mensagem de luta e diferentes formas de resistência que é urgente conhecer e preservar.

terça-feira, abril 23, 2024

A Cor Da Liberdade

LusoPress TV
Não hei-de morrer sem saber
qual a cor da liberdade.

Eu não posso senão ser
desta terra em que nasci.
Embora ao mundo pertença
e sempre a verdade vença,
qual será ser livre aqui,
não hei-de morrer sem saber.

Trocaram tudo em maldade,
é quase um crime viver.
Mas, embora escondam tudo
e me queiram cego e mudo,
não hei-de morrer sem saber
qual a cor da liberdade.

Jorge de Sena

segunda-feira, abril 22, 2024

As Migas Gatas

Com a chegada dos muçulmanos à Península Ibérica no início do século VIII, terá chegado também a açorda. Nos dois tratados conhecidos de culinária hispano-árabe da época, encontram-se várias receitas de pratos classificados como thurûd, açordas. Em algumas dessas receitas, o pão é tratado de forma a produzir um género de migas, ou seja, o pão é cozinhado de forma a produzir uma pasta.

As Migas Gatas são um prato característico do Alentejo e património cultural no domínio da nossa gastronomia. Também chamadas de Migas de Azeite, já que esta gordura vegetal substitui a banha de porco, são elaboradas com fatias de pão duro amolecido em água quente e cozinhado em azeite, até se obter uma bola enxuta e consistente, com uma crosta exterior levemente dourada.

Fazem-se geralmente para aproveitar pão duro. Existem variantes desta receita: pode juntar-se bacalhau cozido e desfiado e um pouco de vinagre, ou ovos migados.

Ingredientes: 
Pão, 
alho, 
azeite, 
sal.

Preparação: 
Corta-se o pão em fatias finas que se acamam num tacho de barro. Introduzem-se os dentes de alho pisados, tempera-se com sal grosso e regam-se com água a ferver. Abafam-se para que o pão amoleça. Passados uns minutos escorre-se a água e com uma colher de pau esmaga-se o pão. Faz-se então uma cova ao centro e deita-se aí o azeite. Leva-se o tacho ao lume e, sempre com a colher de pau, vão-se ajeitando as migas em forma de bola. Quando se conseguir obter esta bola, as migas estão prontas.

Se as fizer acompanhadas com bacalhau cozido proceda da seguinte forma:


Numa tigela com o pão cortado às fatias muito finas, verta a água de cozer o dito, a ferver, e tape até que o pão a absorva bem. Com uma colher de pau esmigalhe o pão e junte-lhe alho cru muito bem esmagado, uma boa golada de azeite e um cheiro, a gosto, de vinagre. Mexa bem, controlando a consistência das migas. No final, junte-lhes o bacalhau desfiado. Pode enriquecer com ovo cozido às rodelas.

Acompanha, e bem, com azeitonas e, claro, um bom vinho, ao gosto de quem as come.

domingo, abril 21, 2024

She Lives By The Castle

Meu amor – assim começavam
quase sempre os poemas
de que menos conseguia gostar.
Mas é verdade (a verdade
e a retórica nunca se entenderam)
que um bando de gaivotas atravessa
o pouco céu que vai da Sé aos Clérigos.

Tu dormes; nunca estivemos aqui.
A cortina por levantar, de uma amarelo
duvidoso, a varanda sobre ruínas,
casas onde morou gente,
telhados abatidos que me servem
de cinzeiro. Tu dormes,
rosto abertamente escondido
sob lençóis brancos, almofadas
com brasão, espelhos dos anos vinte.

Não sabes, não sabemos, de melhor castelo.
Ignoras devagar os motivos que
em breve nos farão descer do quarto
209, Grande Hotel de Paris,
atentos aos primeiros sinais do nada.

E assim, meu amor, acaba este poema.

Manuel de Freitas, Qui passe, for my Ladye, edição do Autor, Lisboa, 2005.

sábado, abril 20, 2024

Amor de Perdição

Amor de Perdição (Memórias duma família) é um livro do escritor português Camilo Castelo Branco (se quiser conhecer a resenha do livro basta clicar aqui), recomendado para os alunos do 11º ano.

Fruto do romantismo exacerbado da própria vida do autor, Amor de Perdição, uma das suas mais importantes obras e que celebrizou a sua escrita, permanece uma das mais eternas histórias de amor da literatura portuguesa. O romance trágico de Simão Botelho e Teresa de Albuquerque, com Mariana da Cruz a formar o triângulo amoroso, tem sido e é ainda hoje, alvo de várias adaptações ao cinema e ao teatro.

Da filmografia do Amor de Perdição deixo-lhe aqui um excerto do filme realizado (1921) por Georges Pallu.

Outra adaptação cinematográfica do romance homónimo de Camilo Castelo Branco foi realizada por António Lopes Ribeiro em 1943.  Conta com António Vilar no papel de Simão Botelho, uma jovem Carmen Dolores como Teresa de Albuquerque e António Silva como João da Cruz. É considerada uma das mais fidedignas adaptações da famosa obra camiliana, tendo o diálogo sido respeitado quase na íntegra. É o filme de estreia de Carmen Dolores, que contava apenas com 19 anos na altura das rodagens.

Agora proponho-lhe que veja um depoimento de Pedro Bandeira Freire e de Manoel de Oliveira, bem como um excerto do filme Amor de Perdição, realizado pelo reconhecido cineasta português Manoel de Oliveira, em1978. Este é um excerto do documentário Novo Cinema Cinema Novo, da série História do Cinema Português, 1998, prod. Acetato Filmes.

sexta-feira, abril 19, 2024

Os Telhados de Lisboa

 Há telhados e telhados... Há até quem diga que determinada pessoa tem telhados de vidro...

Mas, o que nos trás hoje aqui, são os Telhados de Lisboa. Telhados que até foram pintados (por Maluda) e cantados em fado, por Hermínia Silva e Tristão da Silva, como pode ver nos vídeos abaixo.

Lisboa é uma cidade colorida. As cores vão do branco, ao laranja, ao ocre, ao pêssego, ao amarelo, ao verde, ao azul e ao vermelho. Lisboa é a cidade do Tejo, das colinas, das calçadas, mas também dos telhados. Dos telhados da cor do tijolo. 

Lisboa - Maluda

Os Telhados de Lisboa são parte integrante da identidade da cidade que deve ser preservada e promovida.

Ouça agora Herminia Silva em Telhados de Lisboa.

E agora ouça Tristão da Silva em Nos Telhados de Lisboa.

quinta-feira, abril 18, 2024

Iracema

Ouça Adoniran Barbosa e Elis Regina em "Iracema", "Um Samba no Bexiga" e "Saudosa Maloca", que interpretaram num encontro de Adoniran Barbosa e Elis Regina no Bar da Carmela (bairro do Bexiga na cidade de São Paulo), em 1978.

Não perca esta oportunidade. Vale bem a pena.